Coleção: IMAGINATION

Esta história é, na verdade, o ponto de partida para muitas outras. A breve passagem pela Ribeira naquela manhã de outono era como todas as outras. Pela rua ecoava a voz da senhora cuja cara ainda não conseguia desvendar por detrás do fumo do assador. “Quentes e boas”, apregoava. Os turistas, perplexos com tal intensidade, paravam para perceber do que se tratava. 

Sentei-me para poder apreciar, para além da vista que já conhecia, as pessoas. De onde vinham? Os turistas, a vendedora de castanhas, os pescadores junto à ribeira, as senhoras que estendiam os lençóis brancos nas janelas…

Num jogo que certos ou errados aos quais nunca iria saber a resposta, questionava-me se a vendedora de castanhas gostava, secretamente, de poesia, ou se o pescador sério gostava de assistir a comédias românticas.

Paro, contemplo, divago. E, então, surge, a Imaginação.

IMAGINATION